Vamos esclarecer: você (também) é aquilo que acredita, pensa, diz, come, entrega e veste. Você é a sua própria rede social e a marca que quer deixar no mundo, seja ela qual for. E neste caldeirão chamado “você”, ainda entram pitadas diversas de sentimentos e comportamentos. Bons e ruins.
Só que a conversa de hoje não gira em torno de você, e sim do peso das suas ações e decisões na vida do outro. Sobre como você se posiciona na cabeça e no coração de quem convive contigo ou simplesmente te acompanha a distância.
“Existem apenas duas maneiras de influenciar o comportamento humano: você pode manipulá-lo ou inspirá-lo. Pouquíssimas pessoas ou empresas conseguem articular com clareza por que fazem o que fazem. Por que suas empresas existem? Por que essas pessoas saem da cama todas as manhãs? E por que alguém deveria se importar com essas organizações?”, provoca o best-seller e TED Speaker Simon Sinek, em Start With Why(Comece pelo Porquê, Editora Sextante).
“Liderar não é o mesmo que ser o líder. Ser o líder significa que você tem o posto mais alto na política interna. Liderar, no entanto, significa que outros o seguem de boa vontade – não porque precisam, não porque são pagos, mas porque querem. As pessoas não compram o que você faz, elas compram por que você faz.”
Troque “habilidades” por “atitudes” e você verá que a lógica de Sinek se aplica igualmente a quem influencia você.
“Ser integro”, “fazer sempre a coisa certa”, “inovar”, “encarar o problema de um ângulo diferente”, “atingir metas” e “saber postar” são commodities do Século 21, e não influência.
Os primeiros a nos influenciar são os nossos pais e responsáveis. Depois vêm os nossos amigos de escola, do clube ou do esporte. E assim seguimos.
Na fase adulta, nos empurram a balela de que só especialistas são os novos influenciadores – mito que cai por terra, quando nos damos conta de que basta nos afastarmos 1 metro de alguns para intuir o quão crápulas são, quando tiram o crachá.
Confiança
“A influência se relaciona à autoridade. Quanto mais confiante alguém se sentir sobre você e sobre o que você diz, maior a probabilidade de que ele te ouça novamente. E quanto mais confiança você conseguir estabelecer com o tempo, maior a probabilidade de que você o influencie a agir”, escreve Juliana Saldanha, estrategista em Personal Branding.
Parte de uma frase de Juliana, inclusive, o título desse artigo: “Popularidade é quando as pessoas gostam de você. Influência é quando elas param para ouvir o que você tem a dizer”.
“A influência aumenta à medida que a sua relevância e reputação em determinado contexto aumentam. E é uma construção que demanda investimento de energia, foco, tempo e entregas.”
Juliana frisa que qualquer um pode ser um influenciador, mesmo que não tenha presença digital: “Você pode ter poder de influência em um ambiente tão específico, quanto o da sua empresa e família, ou de maneira ampla como em um contexto de milhares de seguidores em uma rede social”.
Influenciar, logo, tem menos a ver com alcance e números (que são bem-vindos) e mais a ver com relevância e engajamento.
Por isso tudo, fazer as pessoas voluntariamente pararem para te ouvir vai muito além de entender de determinado assunto. Envolve intangibilidade.
Passa por autoconhecimento, autorresponsabilidade, consistência, relevância e identidade própria. Pela nossa conexão com o próximo.
Influência, acima de tudo, se trata de um presente que o outro te dá.
Você pode não o aceitar, aceita-lo e espatifa-lo no chão ou coloca-lo em sua melhor vitrine.
A decisão é sua.
(*) Marc Tawil é head da Tawil Comunicação, autor, palestrante e 1º LinkedIn Top Voices & Live Broadcaster.