O Jornal Nacional acompanhou, na quinta, a prisão de uma falsa advogada que se oferecia para agilizar processos de aposentadoria no INSS.
Nesta sexta, o repórter José Roberto Burnier vai mostrar o que os pensionistas devem fazer para conseguir o benefício e se proteger dos golpistas.
Foi-se o tempo das filas. Hoje, para dar início ao processo de aposentadoria basta ligar para 135 ou acessar a página da Previdência. Em poucos minutos, o dia para a entrega dos documentos está agendado.
O segurado que está pedindo aposentadoria começa a enfrentar problemas quando faltam informações no cadastro do INSS. Muitas vezes ele não consegue comprovar um período de trabalho. Por exemplo, lá atrás no começo da carreira, em uma empresa que não repassou as informações para a Previdência, ou que não recolheu o Fundo de Garantia ou que simplesmente faliu, fechou.
É nesse momento que surgem os intermediários que se apresentam como solução e que, por vezes, viram mais um problema. Como o caso da falsa advogada que o Jornal Nacional mostrou na última quinta-feira.
Marilia Souza se apresentava como funcionária do INSS. “Esse documento que você vai assinar agora já é sua aposentadoria definitiva”, ela oferecia.
Um motorista perdeu R$ 8 mil com o golpe. Um outro homem, R$ 4 mil. O flagrante impediu que a falsa advogada continuasse a agir.
A superintendente do INSS em São Paulo, Eliseth Berchiol, é categórica: “Em nenhuma hipótese ele precisa do intermediário. Nosso servidor está preparado para orientar, para dizer quais as possibilidades que ele tem, toda documentação que ele pode se valer para fazer a prova para que seu benefício seja concedido”.
É o que João Pereira está tentando. A primeira carteira de trabalho foi roubada e ele não conseguiu aposentadoria integral. E está tentando reverter a situação por conta própria. “Não é fácil, não. Não pude parar, até hoje estou trabalhando para ver se mantenho a família”, contou.
Para não cair em golpes, anote aí algumas dicas: guarde todos os documentos que comprovem vínculo de trabalho; cheque com o INSS como estão as informações sobre sua vida profissional; peça à empresa uma declaração do tempo de trabalho e o endereço onde estão os documentos; levante sempre no banco o extrato do Fundo de Garantia.
Hoje, de cada dez pedidos de aposentadoria, quatro param por problemas nos documentos. É o caso deste engenheiro, que defende o rigor da Previdência, mas acha que o sistema poderia facilitar o acesso às informações.
“A maioria das pessoas que trabalha não tem muito acesso a como estão sendo feitas os pagamentos das contribuições do patrão dele. Acho que deveria ser mais fácil o acesso a isso aí para a pessoa poder, inclusive, fiscalizar”, disse o engenheiro Sérgio Augusto Caruso.